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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dom Sebastião voltou

‘Dom Sebastião voltou’, um artigo de Marco Antonio Villa

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE SÁBADO

MARCO ANTONIO VILLA
Luiz Inácio Lula da Silva tem como princípio não ter princípio, tanto moral, ético ou político. O importante, para ele, é obter algum tipo de vantagem. Construiu a sua carreira sindical e política dessa forma. E, pior, deu certo. Claro que isso só foi possível porque o Brasil não teve ─ e não tem ─ uma cultura política democrática. Somente quem não conhece a carreira do ex-presidente pode ter ficado surpreso com suas últimas ações. Ele é, ao longo dos últimos 40 anos, useiro e vezeiro destas formas, vamos dizer, pouco republicanas de fazer política.
Quando apareceu para a vida sindical, em 1975, ao assumir a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, desprezou todo o passado de lutas operárias do ABC. Nos discursos e nas entrevistas, reforçou a falácia de que tudo tinha começado com ele. Antes dele, nada havia. E, se algo existiu, não teve importância. Ignorou (e humilhou) a memória dos operários que corajosamente enfrentaram ─ só para ficar na Primeira República ─ os patrões e a violência arbitrária do Estado em 1905, 1906, 1917 e 1919, entre tantas greves, e que tiveram muitos dos seus líderes deportados do País.
No campo propriamente da política, a eleição, em 1947, de Armando Mazzo, comunista, prefeito de Santo André, foi irrelevante. Isso porque teria sido Lula o primeiro dirigente autêntico dos trabalhadores e o seu partido também seria o que genuinamente representava os trabalhadores, sem nenhum predecessor. Transformou a si próprio ─ com o precioso auxílio de intelectuais que reforçaram a construção e divulgação das bazófias ─ em elemento divisor da História do Brasil. A nossa história passaria a ser datada tendo como ponto inicial sua posse no sindicato. 1975 seria o ano 1.
Durante décadas isso foi propagado nas universidades, nos debates políticos, na imprensa, e a repetição acabou dando graus de verossimilhança às falácias. Tudo nele era perfeito. Lula via o que nós não víamos, pensava muito à frente do que qualquer cidadão e tinha a solução para os problemas nacionais ─ graças não à reflexão, ao estudo exaustivo e ao exercício de cargos administrativos, mas à sua história de vida.
Num país marcado pelo sebastianismo, sempre à espera de um salvador, Lula foi a sua mais perfeita criação. Um dos seus “apóstolos”, Frei Betto, chegou a escrever, em 2002, uma pequena biografia de Lula. No prólogo, fez uma homenagem à mãe do futuro presidente. Concluiu dizendo que ─ vejam a semelhança com a Ave Maria ─ “o Brasil merece este fruto de seu ventre: Luiz Inácio Lula da Silva”. Era um bendito fruto, era o Messias! E ele adorou desempenhar durante décadas esse papel.
Como um sebastianista, sempre desprezou a política. Se ele era o salvador, para que política? Seus áulicos ─ quase todos egressos de pequenos e politicamente inexpressivos grupos de esquerda ─, diversamente dele, eram politizados e aproveitaram a carona histórica para chegar ao poder, pois quem detinha os votos populares era Lula. Tiveram de cortejá-lo, adulá-lo, elogiar suas falas desconexas, suas alianças e escolhas políticas. Os mais altivos, para o padrão dos seus seguidores, no máximo ruminaram baixinho suas críticas. E a vida foi seguindo.
Ele cresceu de importância não pelas suas qualidades. Não, absolutamente não. Mas pela decadência da política e do debate. Se aplica a ele o que Euclides da Cunha escreveu sobre Floriano Peixoto: “Subiu, sem se elevar ─ porque se lhe operara em torno uma depressão profunda. Destacou-se à frente de um país sem avançar ─ porque era o Brasil quem recuava, abandonando o traçado superior das suas tradições…”.
Levou para o seu governo os mesmos ─ e eficazes ─ instrumentos de propaganda usados durante um quarto de século. Assim como no sindicalismo e na política partidária, também o seu governo seria o marco inicial de um novo momento da nossa história. E, por incrível que possa parecer, deu certo. Claro que desta vez contando com a preciosa ajuda da oposição, que, medrosa, sem ideias e sem disposição de luta, deixou o campo aberto para o fanfarrão.
Sabedor do seu poder, desqualificou todo o passado recente, considerado pelo salvador, claro, como impuro. Pouco ou nada fez de original. Retrabalhou o passado, negando-o somente no discurso.
Sonhou em permanecer no poder. Namorou o terceiro mandato. Mas o custo político seria alto e ele nunca foi de enfrentar uma disputa acirrada. Buscou um caminho mais fácil. Um terceiro mandato oculto, típica criação macunaímica. Dessa forma teria as mãos livres e longe, muito longe, da odiosa ─ para ele ─ rotina administrativa, que estaria atribuída a sua disciplinada discípula. É um tipo de presidência dual, um “milagre” do salvador. Assim, ele poderia dispor de todo o seu tempo para fazer política do seu jeito, sempre usando a primeira pessoa do singular, como manda a tradição sebastianista.
Coagir ministros da Suprema Corte, atacar de forma vil seus adversários, desprezar a legislação eleitoral, tudo isso, como seria dito num botequim de São Bernardo, é “troco de pinga”.
Ele continua achando que tudo pode. E vai seguir avançando e pisando na Constituição ─ que ele e seus companheiros do PT, é bom lembrar, votaram contra. E o delírio sebastianista segue crescendo, alimentado pelos salamaleques do grande capital (de olho sempre nos generosos empréstimos do BNDES), pelos títulos de doutor honoris causa (?) e, agora, até por um museu a ser construído na cracolândia paulistana louvando seus feitos.
E Ele (logo teremos de nos referir a Lula dessa forma) já disse que não admite que a oposição chegue ao poder em 2014. Falou que não vai deixar. Como se o Brasil fosse um brinquedo nas suas mãos. Mas não será?

MARCO ANTONIO VILLA, HISTORIADOR, É PROFESSOR DA , UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR)

Obs: Excelete publicação do  Marco Antonio Villa , grande comentarista do Jornal da Cultura, um dos melhores da Televisão brasileira.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

CPMI do Cachoeira é um Circo ou um Show?

Ricardo Brito, da Agência Estado

                                                                                                         Antonio Cruz/Agência Brasil
deputado Silvio Costa (PTB-PE) em bate boca com senador Pedro Taques PDT-MT

BRASÍLIA - O deputado Silvio Costa (PTB-PE) acusou nesta quinta-feira, 31, o senador Pedro Taques (PDT-MT) de trabalhar pela absolvição do colega Demóstenes Torres (sem partido-GO). Costa e Taques protagonizaram um bate-boca na reunião da CPI do Cachoeira marcada para ouvir Demóstenes, que preferiu ficar em silêncio. "Tenho certeza que o Senado brasileiro vai cassá-lo por 80 votos a favor. Espero que o senador Pedro Taques, que hoje mostrou que poderá ser um voto para absolvê-lo, repense o voto e vote pela cassação", afirmou Costa.
Mais cedo, antes da interrupção da sessão, Taques pediu que Costa tratasse Demóstenes com "dignidade". Na CPI, o deputado do PTB disse que o silêncio do senador goiano era a "mais perfeita tradução da sua culpa" e que Demóstenes era um "mentiroso" e um "hipócrita". A confusão envolvendo Costa e Taques levou o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a encerrar o depoimento de Demóstenes Torres.
Costa disse que não se arrepende de nenhuma das palavras. "Eu queria ter falado mais. Eu procuro ser um cidadão no parlamento, procuro carregar a indignação do cidadão e o Brasil está indignado com esse cidadão, com esse Demóstenes, com esse ex-futuro senador", afirmou.
Pedro Taques afirmou que não descarta a possibilidade de pedir a abertura de um processo no Conselho de Ética contra o colega da Câmara. Mas são mínimas as chances de o caso ir adiante porque os parlamentares têm imunidade em suas opiniões. "Desabafo se faz em boteco, não em CPI. Vou analisar o que será feito, mas não se pode representar por ofensa ao decoro o que não tem decoro", afirmou Taques, ao fim da reunião.
Show. O vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), criticou o bate-boca entre parlamentares que acabou levando à suspensão da sessão desta quinta-feira. "Foi um show injustificável. Não poderia ocorrer em hipótese nenhuma", afirmou.
O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra Demóstenes no Conselho de Ética, disse que não é só Silvio Costa que tem se excedido na CPI. Ele citou que o presidente da comissão também é alvo de questionamentos indevidos durante a condução das reuniões. "Não é só o Silvio Costa que se excede, agindo inclusive de maneira desrespeitosa. Esse episódio de hoje pode servir como referência", disse.

 

Opinião:

     O que está acontecendo na política brasileira nos últimos anos é vergonhoso, esse deputado de Pernambuco está simplesmnete     querendo aparecer mais que  a podridão que tomou conta do Congresso Nacional.
     O deputado Silvio Costa /PTB-PE aproveitou bem os olofotes da CPMI e se mostrou um machão, quase agredindo o colega de do Circo montado que se chama CPMI do Cachoeira, o senador Pedro Taques (PDT-MT), foi tachado defensor e de trabalhar pela absolvição do colega Demóstenes Torres (sem partido-GO). Costa e Taques protagonizaram um bate-boca na reunião da CPI do Cachoeira marcada para ouvir Demóstenes, isso tudo por o acisado preferiu ficar em silêncio. e disse a gritos estéricos "Tenho certeza que o Senado brasileiro vai cassá-lo por 80 votos a favor.
     O distinto deputado deveria trabalhar bravamente para melhorar a vida dos eleitores de seu estado, ao invés de ficar dando shows, simplesmente por saber que a imprensa está ali atenta aos acontecimentos, é comum nestes momentos alguns parlamentares aproveitarem para aparecerem junto ao seu eleitor, principalmente em ano de eleição.
     Esperamos que esse lamaçal que assola a política brasileira sirva para alguma coisa, mais que essa grande PIZZA que parece estra assando na Cantina do Congresso, que o eleitor renove com o seu voto os seus representantes, pois os que aí estão são da pior qualidade, é chegada a hora de colocar pessoas comprometidas com a sociedade, já passou o tempo de José Sarney, Renan Calheiros, Edson Lobão e Lobinho, Garibaldi Alves, Agripino Maia, Jader Barbalho, Paulo Maluff, César Maia, Collor ( que nem deveria ter voltado) Lulla e outros...
      O que está se desenhando é uma imitação da Rússia onde Vladimir Putin colocou Dmitri Medvedev (um fantoche), para depis retornar a presidencia, espero que Dilma Russeff não aceite e concorra a reeleição, mais antes de tudo mostre a que veio e não deixe o senhor Lulla dar as coordenadas, pois o povo brasileiro votou nela e não em Lulla.
      Quanto a essa "CPMI da Mentira" se torne verdade e não fique a merce do PMDB, fazendo o que lhe interessa , não permitido a convocação de Sergio Cabral PMDB/RJ para depor e se explicar das suas farras em Paris em comanhia do dono da impreiteira Delta grande parceira do governo federal no PAC.
      Um partido que sempre esteve do lado do poder, mais nunca sendo eleito para tal, foi assim com Sarney ( que já foi PDS ) viu cair em seu colo o cargo de presidente depois da morte de Tancredo Neves, o velho MDB das lutas contra a ditadura não existe mais, e tem como seu lider maior um ex-PDS que serviu a ditadura.
      Esperamos  que o os membros destas CPMI façam alguma coisa de útil a que foram escolhidos, sem as demagogias do depudato Silvio Costa/PTB-PE se achando que somente ele presta um bom serviço a Pátria.


Di Magalhães
Artista Plástico
Curitiba - PR

http://dimagalhaesstudio.blogspot.com